O site da MTV dedicado ao cinema publicou uma crítica a Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief.
Com a franquia “Harry Potter” chegando ao fim, Hollywood procura desesperadamente por um sucessor. Uma série que tenha apelo com os jovens (e não apenas com as muito jovens, como a “Saga Crepúsculo”) e que consigo aliar gordas bilheterias e aval da crítica.
“Percy Jackson e o Ladrão de Raios” é um candidato. O filme, que estreia nesta sexta-feira em todo mundo, adapta o livro de mesmo nome, primeiro de uma série de cinco volumes escrita pelo norte-americano Rick Riordan.
A série, que vendeu horrores pelo mundo, traz um moleque de 12 anos que descobre ser filho de Poseidon, deus da mitologia grega responsável pelos mares. A revelação de sua divina herança genética vem acompanhada de uma acusação. Zeus acredita que Percy roubou seu “Raio Mestre”, espécie de arma com a qual o maior deus grego cria os raios. E dá a Percy 12 dias para devolvê-lo. Caso contrário, o pau vai comer solto.
O desespero da adaptação em dar certo é visível em cada segundo do longa. Primeiro, os produtores resolveram envelhecer um pouco o protagonista, que agora tem 17 anos e pode ter um casinho amoroso com mais naturalidade.
Para a direção, foi convocado Chris Columbus, não à toa o diretor das duas primeiras partes da franquia “Harry Potter”. Além disso, o roteiro do filme é extremamente esquemático e simples, buscando sempre a fácil compreensão de seu público e despertar as emoções devidas nas horas certas.
Assim, temos em “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” um filme bastante competente. Especialmente na escolha do elenco. Logan Lerman (Percy) é ótimo ator, Alexandra Daddario (Annabeth) consegue equilibrar beleza e agressividade – apesar de, em alguns momentos, parecer a Xena.... - e Brandon T. Jackson (Grover) tem bons momentos cômicos.
(Vale um parêntese para comentar a bizarra participação de Uma Thurman. Vivendo a Medusa, a moça mostra que perdeu realmente a mão de sua carreira, numa caracterização que lembra muito a bizonha Poison Ivy de “Batman & Robin”. O papel dela cresce quando ela diminui. Deu para entender? Não? Quando você ver o filme vai concordar comigo...)
Acontece que tudo estaria bem para “Percy Jackson” não fosse um único fato: “Harry Potter” já foi feito.
É impossível não se lembrar da franquia do bruxo mirim a cada segundo de “Percy Jackson”. Eis alguns pontos em comum entre as duas séries.
- Os dois protagonistas começam a história em uma situação de desconforto com seu atual cotidiano. Harry vivendo com os tios trouxas e Percy dividindo a casa e mãe com um padrasto nojento.
- Em certo momento da trama, ambos os protagonistas descobrem ter poderes mágicos graças à herança genética dos pais.
- Ambos, após descobrirem isso, são levados para uma escola especial, onde vão encontrar pessoas parecidas com eles e finalmente achar seu lugar no mundo.
- Até os amigos de Percy e Harry têm suas semelhanças. Grover, assim como Rony, é o palhaço da trama e Annabeth, bem como Hermione, é a garota que supera a inteligência de seus amigos com uma dose de arrogância.
- EI!!! O diretor é o mesmo cara! Chris Columbus!!!
Então, caro leitor, são coincidências demais, não é mesmo? Deram até um jeito para Percy voar. Já que não havia vassouras disponíveis no universo da trama, vamos de “All Star” com asas...
Isso que quer dizer que “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” é um filme ruim? Não. Quer dizer apenas que falta ao longa originalidade e frescor.
O filme tem alguns pontos positivos para tentar compensar isso. A aventura é frenética, a abordagem da mitologia grega é bastante divertida e o filme tem um tom mais adulto que o normal, incluindo decapitações, escoriações sanguinolentas e até uma alusão clara ao uso de drogas. Diferente de Harry, Percy cai na porrada! Claro que tudo isso numa medida que não vai chocar as criancinhas ou preocupar os pais.
Infelizmente isso não é o suficiente para se fazer um grande filme. Se der dinheiro, a sequência será inevitável. Nos resta esperar que daqui pra frente Percy consiga sair de baixo da aba do chapéu de bruxo de Harry.
por Bruno Ondeihttp://mtv.uol.com.br/podcastdecinema/blog/percy-jackson-parece-muito-harry-potter-leia-resenha
3 comentários:
Concordo plenamente com a matéria. Uma cópia barata e ridícula de Harry Potter. É uma vergonha ver algum site relacionado com a franquia de livros Percy Jackson.
Comprei o livro e me sinto um idiota por ter feito isso. Realmente é uma trama mal-feita e muito ridícula. Detestei o livro e o filme consegue ser pior, o que é um milagre.
Realmente acho que a história segue rumos tão diferentes do que as belíssimas histórias gregas que te fazem querer vomitar ao assistir ao filme ou ler o livro.
Medusa já está morta, já que, Hércules matou Medusa.
Essas e muitas outras histórias seguem completamente despercebidas às pessoas que não se importam com a VERDADEIRA história grega.
É realmente uma pena ver que a complexidade das histórias que sempre foram ilusiosas e muito boas é jogada no lixo ao ler/ver Percy Jackson.
Realmente acredito que o livro consegue ser um pouquinho melhor do que o filme, embora haja partes do livro - como a parte do parque aquático - que conseguem superar a idiotice humana e sobrenatural. Câmeras de vigilância para pegar a mulher de um deus que é traído? Que coisa mais imbecil.
Somente recomendaria este livro/filme para uma criança de seis anos que ainda não sabe que a realidade dos fatos apresentados como a "verdadeira história" na verdade é a falsa história.
E não é porque eu seja um fã de Harry Potter (não um fã tão idiota a ponto de criar um site para alguém que nem existe ou um grupo de atores que mal sabem que eu existo. Sou fã da saga pelos livros e pela extraordinária imaginação de J.K. Rowling e não por um bando de atores que decoram falas idiotas) que eu deva detestar Percy Jackson, realmente não acho isso, apenas acho que o livro é ruim demais para fazer o sucesso que fez (ou nem fez, pelo visto).
E sim, irei ler os outros livros da série para eu ter certeza de meus pensamentos, talvez eu até mesmo possa estar enganado, às vezes um autor consegue melhorar a forma de escrita e talvez a forma de narrar os fatos à partir de críticas.
Acho que falei (escrevi) até demais, porém meus pensamentos são claros.
Queria realmente que depois alguém pudesse fazer um comentário sobre o meu comentário ou até mesmo uma discussão (no bom sentido). Poderíamos debater sobre os pontos do livro/filme.
Dérick, você tem sua opnião sobre a série e sobre algo que tem em mente, e nós temos outra. Respeito sua opnião mas me guardo o direito de não entrar em debates sobre algo que sei que seria desagradavél, gosto é gosto e não se discute, mas tenho certeza que tudo que fazemos como fãs serve para um crescimento e reconhecimento do trabalho do autor. Se não gosta do nosso trabalho, bem, nem Jesus conseguiu agradar a todos. Mas você tem tal liberdade de expressar sua opnião que deixo seu comentário exposto juntamente com minha resposta para que haja um conceito de que nós não temos competição com fãs de outras séries e que nós aceitamos até as críticas negativas. Agradeço sua visita ao blog de qualquer forma.
Bianca Lacerda, presidente do HBC
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