Crítica do site Philippines a Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief.
Se há algo em que os gregos são bons, é contar histórias, e tem um monte delas em Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief, adaptação do bestseller de Rick Riordan dirigida por Chris Columbus.
É uma história de herói pós-moderna. O adolescente problemático Percy Jackson (Logan Lerman) descobre que é filho de Poseidon e é acusado de roubar o raio-mestre de Zeus. Acompanhado pela semideusa Annabeth Chase (Alexandra Daddario) e pelo sátiro Grover (Brandon T. Jackson), ele embarca numa busca para achar e retornar com o raio antes que os deuses entrem em guerra e destruam o mundo, encontrando no caminho criaturas lendárias (o Minotauro, a Hidra, o Cão Infernal etc..) através de paisagens reais e míticas.
Fãs fanáticos do livro vão ficar imediatamente desapontados: Columbus e o roteirista Craig Titley deram uma facada na história de Riordan. O filme é tão diferente que às vezes parece que é baseado completamente em outro livro. Percy é cinco anos mais velho. Os papéis principais foram fortemente modificados. Não só o enredo original, mas também personagens e subtramas desapareceram (Onde foi parar Ares?). Tudo o que foi deixado foi fortemente resumido.
O que Columbus convoca é uma surpresa simples, eficiente no entreterimento. Do começo ao fim, The Lightning Thief avança implacavelmente ileso em uma onda de exposição e de atitudes diretas. Personagens estão constantemente explicando tudo o que acontece, juntamente com zooms úteis. Por causa disso, The Lightning Thief inevitavelmente lembra a Harry Potter and the Sorcerer's Stone em um cenário brilhantemente americano. Columbus tenta fazer o filme como ele pode, mas desta vez, curiosamente, sem a fidelidade servil exibidas nos dois primeiros filmes de Harry Potter.
Mesmo com um forte elenco, The Lightning Thief é essencialmente dedicado a seu protagonista titular. O telegênico Lerman aborda o papel do herói corajosamente, se assemelha a um jovem Zac Efron e aparece em quase todas as cenas. Brandon T. Jackson recebe as melhores falas em uma volta inesperada e enérgica como Grover. Daddario é bonita e bem iluminada, mas não faz muita coisa. The Lightning Thief tem benefícios exagerados, transforma Uma Thurman numa Medusa fashion e o Hades de Steve Coogan num pateta. Como Poseidon, Kevin McKidd consegue alternadamente fazer um olhar ameaçador com o Zeus de Sean Bean.
The Lightning Thief é uma divertida caixa de Pandora. Columbus embala o filme com elaboradas cenas de ação após a uma viagem literalmente ao inferno, mas nunca se desvia do firme território familiar e amigável.
Nesse senso, Columbus foi bem sucedido no que ele queria fazer, pois The Lightning Thief é extremamente acessível para qualquer público, até para aqueles que nunca leram o livro de Riordan ou tem familiaridade com a mitologia grega. É obvio que o estúdio está fazendo uma introdução para uma franquia de filmes. Columbus parece estar se concentrando em um público mais jovem do que o público de livros jovens adultos.
É uma pena que a adaptação cinematográfica mudou um pouco a história de Riordan, mas ninguém esperava nada parecido com o livro. Com o seu dinamismo e elenco amável, The Lightning Thief é uma chance de comer pipoca solidamente agradável para todas as idades e, nomeadamente, um bom programa para jovens espectadores relativamente familiarizados com a wide-screen das maravilhas da mitologia grega. Afinal, essas histórias permanecem hoje tão poderosas, mesmo que de uma forma diferente.
Fonte: http://lifestyle.inquirer.net/super/super/view/20100206-251500/Myth-and-Match
Tradução: Arthur Numeriano
8 de fevereiro de 2010
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